Depois de um mês de
posts dedicados a Portugal destacando sobretudo a cidade Invicta. É hora de rumar ao estrangeiro, a uma das minhas capitais favoritas:
Liubliana - a capital da Eslovénia.
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Praça Preserev |
As cidades tal como as pessoas não se medem aos palmos. Não é a sua dimensão que faz delas serem ou não grandes em beleza, em pontos de interesse e em hospitalidade. Isso acontece com
Liubliana ou Ljubljana.
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Castelo
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Em Liubliana tudo é em
ponto pequeno, pois a cidade não passa de uma "aldeia grande" com
pouco mais de 270 mil habitantes. Uma aldeia em que cabe tudo aquilo que muitas
outras capitais não têm. Como a possibilidade de avistar no horizonte montanhas
cobertas de neve.
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CS no Castelo - foto de JP |
Ou o prazer de, à distância de apenas cinco minutos de
caminhada, entrar num verdadeiro bosque (parque Tivoli), repleto de esquilos, pequenos riachos,
lagos recheados de patos e uma vegetação frondosa.
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Parque Tivoli |
Tal como o
resto do país, a capital concentra num espaço reduzido o melhor de várias
cidades europeias. Tem pequenos cafés de charme parisiense, quase tantas
bicicletas como Amesterdão, os edifícios barrocos e o ambiente artístico de
Praga.
Tudo isto
sem multidões de turistas e em distâncias que facilmente são percorridas a pé,
permitindo a visita aos lugares mais emblemáticos num só dia, com tempo ainda
para desfrutar dos inúmeros bares e restaurantes com esplanadas voltadas para
as margens do rio Liublianica ou Ljubljanica (recheado de
pontes pedonais e protegido por uma invulgar quantidade de árvores e flores nas
suas margens).
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Rio Liublianica e Ponte do Dragão |
Na verdade, tudo em Liubliana roda em torno da Tromostovje, a “ponte tripla” sobre o rio
Liublianica, que marca simbolicamente o centro histórico e une o agitado mercado central (centromerkur) (recheado de frescos e coloridos produtos colhidos em quintais
de pequenos agricultores a poucos metros do centro), de um lado
do rio, à pacata praça Preserev, do
outro, assim chamada em honra de France Preserev, um herói nacional, considerado o maior
poeta esloveno de todos os tempos.
Junto à
ponte tripla encontramos a Franciskanska
Cerkev (Igreja Franciscana) outra atração da cidade, assim como, a Magistrat (Câmara Municipal).
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Ponte Tripla e Igreja Franciscana |
Aos pés do Castelo (uma
das principais atrações da cidade, encravado numa pequena colina que é
preciso galgar tranquilamente. O passeio é curto e agradável, sem ser
demasiado exigente e a recompensa é colossal, lá no alto, do topo da torre
do castelo, uma vista ampla e deslumbrante sobre Liubliana aguarda o viajante) aninha-se a parte antiga, um dédalo encantador de ruas
medievais, ladeadas por edifícios Arte
Nova e onde se encontram a Catedral de
São Nicolau (Stolnica
Sv. Nikolaja), a Fonte Robba (Vodnjak treh
kranjskih rek) e a bela Ponte do Dragão (Zmajski Most).
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Castelo e envolvente |
A arquitetura
de casas, monumentos e igrejas ergue-se, não muito sumptuosa, mas quase sempre
artística, resultando em exemplos acabados de Arte Nova e de estilo Barroco.
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Catedral de São Nicolau |
E é precisamente do interior desses edifícios que surgem as mais
imprevisíveis descobertas. Sem que, muitas vezes, as fachadas o denunciem,
encontram-se espaços com extraordinário bom gosto, surpreendente modernidade e
perfeita sintonia entre tradição e design contemporâneo. Alguns espaços são intimistas e discretos, como diversas
casas de chá que pululam na cidade, outros de design branco e minimalista, ou
coloridos e extravagantes, mas sempre cheios de vida.
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Fonte Robba |
As raízes do
Império Austro-Húngaro exibem-se lado a lado com as obras de um homem da terra,
Joze Plecnik. Depois de ter trabalhado em Viena, voltou a Liubliana e foi para
a cidade aquilo que Gaudí foi para Barcelona – salvaguardadas as
devidas distâncias, que são muitas, naturalmente. Plecnik foi
responsável pela construção de igrejas, pela reconstrução da Universidade, do parque Tivoli e pelas famosas pontes sobre o rio Liublianica, entre elas a Ponte dos Sapateiros (Cevljarski Most) e a Ponte Tripla, mesmo no centro do
centro da cidade. Projectos grandiosos, mas em pequena escala.
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Ponte dos Sapateiros |
Há semelhança do que existia em Berlim, no Tacheles e zona envolvente, existe também na pequena Ljubljana uma zona de cultura alternativa - Metelkova - onde imperam graffitis, artististas e intelectuais de todas as áreas. Metelkova tal como o Tacheles é conhecida como a zona dos "ocupas".
Quando preparava este post li que o Tacheles tinha fechado em 2012, como resultado da vitória da longa batalha judicial do banco detentor do edifício contra os "ocupas". Se assim é, lamento, que se tenha perdido um ícone cultural de Berlim. Caso esta informação esteja errada gostaria que alguém a corrigisse!!!
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Metelkova |
Uma das vantagens de viajar por conta própria é poder criar roteiros de viagem personalizados, de acordo com os nossos interesses, dias de férias disponíveis e orçamento. Conheci Liubliana em uma dessas viagens com roteiro próprio "meio alternativo" tal como Metelkova (Porto - (via Londres - Stansted) Trieste, Liubliana, Lagos Bled e Bohinj, Zagreb, Parque Natural de Plitvice, Rijeka - (via Londres - Stansted) Porto).
E você já conhece Liubliana? Qual a sua opinião acerca da capital da Eslovénia? Como a conheceu "alternativamente" ou "convencionalmente"? Ou ficou com vontade de conhecer? Revele a sua opinião J.
Boa viagem!
Confesso que depois de ver esta descrição tão espetacular desta pequena, mas sem dúvida bonita capital, fiquei cheeiiiiinha =) de vontade de a conhecer! Como sempre ótimas dicas de viagens! Beijinhos,
ResponderEliminarIS
Se não encontrarem "charolos"... a viagem é perfeita!!!
ResponderEliminarLol...private jokes não deveriam ser válidas como comentários ;)
EliminarConfiem na CS, Liubliana será um destino (quase) perfeito em qualquer circunstância, sobretudo para quem aprecia um mix de aldeia e cidade, com glamour e romantismo à mistura, sem as enchentes dos destinos de massas!
Bjs,
CS
Gostei do artigo...sim porque o texto não e´ um mero post mas um artigo digno de qualquer revista da especialidade.
ResponderEliminarAcho que consegues juntar, e nas quantidades certas, o enquadramento histórico, a indicação dos locais obrigatórios a visitar (assim como motivo para tal) e aquelas dicas úteis para quem queira explorar o destino.
Independentemente da forma, acho que atinges o objectivo ao despertares a curiosidade para um destino que o leitor não conhece (eu não conhecia).
Uma coisa e´ certa, apesar do profissionalismo nota-se o gosto pelo tema, e isso faz toda a diferença.
Fiquei cliente...
BR
Antes de tudo muito obrigada pelo comentário :)
EliminarMas, honestamente não me sinto merecedora de palavras tão elogiosas. Sobretudo no que se refere ao texto, eu sou mais uma "construtora" de planos de viagem do que uma escritora de viagens. O texto deste post, assim como, de alguns outros resulta de pesquisa e compilação/organização de informação que depois é por mim "tratada" de modo a dar-lhe uma estrutura e conteúdo com um toque pessoal que revele o meu gosto e "know-how" sobre o assunto tratado.
É importante este "trabalho" de pesquisa, porque a informação está sempre em constante mutação, e eu não escrevo os posts imediatamente após ter realizado uma viagem. Alguns dos destinos tratados já foram visitados há alguns anos atrás!
Estou longe de ser uma profissional do turismo, sou essencialmente uma amante da viagem em toda a sua plenitude. Amo a viagem desde que surge "a ideia para..." a até ao relato de "como foi..."!
Agradável o feedback do "despertar da curiosidade" para um destino desconhecido que leitor fica com vontade de saber mais e até viajar "inté" ;)
Abraço,
CS